Em continuidade aos posts informativos e pesquisados com base em literatura e artigos já citados, falaremos aqui da organização da semana.
Antigamente, na Nigéria, os dias da semana eram apenas 04 (quatro) e eram assim denominados:
1º dia - Ójumò Exu
2º dia - Ójumò Ogun
3º dia - Ójumò Xangô
4º dia - Ójumò Oxalá
2º dia - Ójumò Ogun
3º dia - Ójumò Xangô
4º dia - Ójumò Oxalá
sendo que estes 04 (quatro) dias estavam ligados aos 04 (quatro) pontos cardeais:
1º a leste onde habita Exu
2º ao norte onde habita Ogun
3º a oeste onde habita Xangô
4º ao sul onde habita Oxalá
2º ao norte onde habita Ogun
3º a oeste onde habita Xangô
4º ao sul onde habita Oxalá
Como se pode observar, os yorubás tinham sua própria semana organizada que foi modificada ou adaptada à semana ocidental. Isto aconteceu porque não se manteve a tradição milenar de apenas 04 (quatro) dias.
Quando o Candomblé foi estabelecido na Bahia por Yanassó teve que se adaptar ao culto para os moldes ocidentais, ou seja, cultuar vários orixás no mesmo espaço. Com esta junção, criou-se o que foi chamado Ójumò-osé ou dia de limpar ou ainda Ójumò-uenumó ou dia do descanso. Essa distribuição foi feita da seguinte forma:
2ª feira cuidar-se-ia de Exu e Omolu
3ª feira cuidar-se-ia de Ogun e Oxumarê
4ª feira cuidar-se-ia de Xangô e Oya
5ª feira cuidar-se-ia de Oxossy
6ª feira cuidar-se-ia de Oxalá
3ª feira cuidar-se-ia de Ogun e Oxumarê
4ª feira cuidar-se-ia de Xangô e Oya
5ª feira cuidar-se-ia de Oxossy
6ª feira cuidar-se-ia de Oxalá
No sábado seria a vez de se cuidar de todas as Yas ou Mães que seriam: Oxum, Yemanjá, Nanã, entre outras. Já no domingo, cuidar-se-ia de Ibeji.
Esta distribuição foi feita para que cada Omon-orixá (filho de orixá) tivesse seu orixá ligado a um dia da semana e nesse dia esse omon-orixá estivesse na casa de Candomblé para prestar culto ao seu orixá, não fugindo assim com a sua responsabilidade de cuidar de seu orixá.
Como comprovam vários estudiosos da cultura africana, não só houve a adaptação da semana yorubá para a semana ocidental, como uma série de cerimônias e ritos da religião de orixá tiveram que se adaptar ao Novo Mundo, conforme mostra o próprio ritual de iniciação que na Nigéria é feito em aldeias que ficam no interior das florestas.
Outra adaptação feita para o Brasil foi o do Jogo de Búzios. Enquanto no culto de orixá na Nigéria apenas o Babalawo (adivinho) faz o culto à adivinhação e é ele, por determinação de Ifá, quem orienta todos os acontecimentos dentro do egbé (comunidade); no Brasil, o jogo de búzios foi uma modalidade criada pelo Olwô Bamboxé para as mulheres ou Yalorixás da época.
1 comentários:
bem interessante.
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