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sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Um dia minha Alma se abriu por inteiro

Um dia minha alma se abriu por inteiro

e as coisas começaram a acontecer.

Coisas que não consigo explicar.

Quer dizer,

eu chorei e chorei como jamais havia chorado.

Chorei as lágrimas de dez mil mães.

Eu não podia sentir coisa alguma porque chorei até ficar entorpecida.

Um dia minha alma se abriu por inteiro.

Senti um orgulho irresistível.

Do que eu me orgulhava

só Deus sabe!

Como o orgulho de cem mil pais

iluminados pela glória de seus filhos recém-nascidos,

eu sorria de orelha a orelha!

Um dia minha alma se abriu por inteiro,

comecei a rir

e ri pelo que me pareceu ser uma eternidade.

Não que houvesse qualquer coisa de particularmente

engraçado acontecendo,

mas eu ri mesmo assim.

Ri com a alegria de um milhão de crianças brincando

na lama.

Ri até a barriga doer.

Meu Deus! Como foi bom!

Um dia minha alma se abriu por inteiro.

Houve revelações, aniquilações e resoluções,

sentimentos de dúvida e traição, vingança e perdão,

lembranças de coisas que vi, de coisas que fiz,

de lugares por onde andei, embora não soubesse quando.

Houve vidas que vivi,

pessoas que amei,

batalhas que travei,

vitórias que tive

e guerras que perdi.

Um dia minha alma se abriu por inteiro

e para fora foi despejado

tudo aquilo que eu andava escondendo

e negando

e vivendo

coisas que aconteceram há instantes apenas.

Um dia minha alma se abriu por inteiro

e eu decidi

que estava curada e pronta!

Estava curada e pronta

para entregar

minha vida

a Deus.

E assim, com a alma aberta,

eu me sentei,

escrevi um bilhete para Ela

e lhe disse isto.

(Gemmia L. Vanzant)

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